Chikungunya: veja sintomas, sequelas e tratamento – Ser Saúde

Doença com sintomas característicos febre repentina e superior a 38,5°C, além de dores articulares e manchas no corpo, o chikungunya ou febre chikungunya circula no Brasil desde 2014, segundo monitoramento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A infecção é transmitida pelos mesmos mosquitos que transmitem a dengue e febre amarela. Em 2022, a doença, assim como a dengue e a zika, tiveram uma incidência aumentada no país.

A infecção viral geralmente deixa sequelas e tem sido motivo de preocupação para muitos brasileiros. O diário do nordeste conversou com André Siqueira*, infectologista e pesquisador da Fiocruz e coordenador da Rede de Pesquisa Clínica Aplicada à Chikungunya (Replick) e preparou um material completo sobre sintomas, sequelas e tratamento da doença, entre outros pontos.

O que é chikungunya?

A chikungunya é uma doença viral causada pelo vírus de mesmo nome, CHIKV, segundo o infectologista André Siqueira. A história da doença remonta à Tanzânia, na África Oriental, entre 1952 e 1953, segundo o Ministério da Saúde (MS).

Sintomas da Chikungunya

Os principais sintomas da doença são:

  • Febre súbita, a partir de 38,5°C;
  • Dor nas articulações severa, juntamente com inchaço;
  • Manchas vermelhas no corpo, com coceira intensa.
Manchas de Chikungunuya na pele humana

Lenda: Um chikungunya causa manchas de pêlos no corpo

Foto: Shutterstock

Sequelas de Chikungunya

Segundo o infectologista André Siqueira, cerca de 50% das pessoas infectadas podem ter dores nas articulações mesmo muito tempo depois de curadas da doença. Alguns, porém, sofrem dor debilitante por vários anos após a infecção, segundo o especialista.

Quanto tempo dura a dor?

Dependendo de cada paciente, a dor pode durar de semanas a anos.

Quanto tempo duram as manchas?

Segundo a literatura médica, os sintomas clássicos da doença duram cerca de 14 dias, mas essa não é a regra, pois depende de cada infecção.

Tratamento Chikungunya

A pesquisadora ressalta que não há tratamento específico para a chikungunya. O que pode ser feito é o uso de medicamentos para aliviar a dor e outros sintomas à medida que vão surgindo.

Como ocorre a transmissão?

A transmissão ocorre através de picadas de mosquitos Templos dos egípcios — que transmite a dengue — e Aedes albopictus — que transmite a febre amarela. A transmissão por aegypti ocorre em áreas urbanas e em albopictus nas áreas rurais.

Chikungunya é transmissível?

Não há registros de transmissão entre humanos, mas, segundo o MS, há possibilidade de transmissão no utero da mãe para o feto.

Segundo o Ministério, há 49% de chance de transmissão no período intraparto: “O recém-nascido é assintomático nos primeiros dias, com sintomas surgindo a partir do quarto dia (3 a 7 dias), que incluem a presença de febre, dor síndrome, recusa alimentar, erupções cutâneas, descamação, hiperpigmentação da pele e edema de extremidades”;

Exercícios para aliviar a dor

Segundo André Siqueira, fisioterapia pode ser uma boa estratégia durante as fases crônicas da doença, mas deve ser orientada por profissionais.

Nos primeiros meses após a recuperação da fase aguda da doença, recomenda-se a prática de natação, hidroginástica, entre outras modalidades aquáticas, pois há menor impacto nas articulações, segundo a Trauma Network.

É importante não retornar ao exercício vigoroso. Caminhar também é uma boa maneira de voltar à sua rotina.

Como prevenir a chikungunya

Como a chikungunya é transmitida por mosquitos Templos dos egípcios e Aedes albopictuse ainda não há vacina aprovada, a melhor forma de prevenção é tomar medidas contra a proliferação de animais.

Um vacina contra a doença está em desenvolvimento pelo Instituto Butantan e pela empresa de biotecnologia Valneva. Em março deste ano, o Butantan informou que os resultados da fase 3 mostraram que a vacina tem 96% de resposta imune duradoura.

Lenda: As visitas domiciliares e o apoio da população são uma via de mão dupla para combater os criadouros do mosquito.

Foto: Fabiana de Paula

Seguem algumas orientações de prevenção:

  • Faça, pelo menos uma vez por semana, uma vistoria em casa para eliminar possíveis criadouros do mosquito;
  • Verifique se o reservatório de água está vedado e se as calhas não estão acumulando água;
  • Limpeza correta de tanques de armazenamento de água e bandejas de geladeira;
  • Tenha cuidado para não deixar a água acumular sob os vasos de plantas;
  • Limpeza correta de ralos e vasos sanitários, principalmente em locais que não estão em uso;
  • Não deixe objetos que acumulem água pela casa, como: pneus, garrafas, copos de iogurte, sacolas plásticas e outros;

*André Siqueira é infectologista e pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia (INI) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Também é coordenador da Rede de Pesquisa Clínica Aplicada à Chikungunya (Replick).

Be the first to comment

Leave a Reply

Your email address will not be published.


*