Por Adriana Izel
É dentro de um prédio da 601 Norte que cerca de 250 funcionários da Secretaria de Saúde analisam diariamente as doenças em circulação e a qualidade dos alimentos, bebidas e medicamentos no Distrito Federal. Existe o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF), espaço de referência em diagnóstico laboratorial e controle epidemiológico e sanitário da população de Brasília, que realiza cerca de 280 tipos de análises.
Na área epidemiológica, o Lacen organiza amostras biológicas de todas as regiões de saúde do DF para identificar doenças como covid-19, sarampo, rubéola e parvovirose (doenças exantemáticas); HIV e hepatites virais A, B e C; e dengue, chikungunya, zika e febre amarela (doenças arboviroses). O serviço sanitário trata da análise de amostras de alimentos, água e medicamentos enviados pelo Programa de Vigilância Sanitária.
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“O Lacen faz vigilância laboratorial. Se surgir uma nova doença, estamos aqui para avisá-lo. Dê o primeiro sinal para as ações de fiscalização das demais diretorias”, diz a farmacêutica e diretora do Lacen, Grasiela Araújo da Silva. “É importante saber o que está circulando para poder criar barreiras e não deixar a doença se espalhar. É (um trabalho) muito importante, porque realmente precisamos prevenir. Muito menos é gasto em prevenção”, acrescenta.

É a partir do trabalho laboratorial que a rede pública de saúde pode atuar sugerindo isolamento, vacina, políticas públicas e quaisquer outras ações de prevenção e contenção. “O atendimento aqui impacta tanto na agilidade do diagnóstico quanto nas opções terapêuticas. Vai impactar na conduta clínica do médico e, principalmente, acho que a vigilância em saúde é a mais relevante. É um trabalho de formiguinha, mas tenho certeza que é ótimo para a população”, comenta o biomédico Lucas Luiz Vieira, que trabalha no Lacen-DF há seis anos.
Todos os dias, três veículos de laboratório circulam pelas regiões de saúde do DF captando amostras para serem cadastradas e analisadas. As análises e exames são gratuitos para o cidadão, que pode coletar material biológico por meio de consulta médica para ser encaminhado ao Lacen ou a uma unidade de saúde do DF para realizar os exames com a solicitação médica em mãos.

situações de emergência
Durante o período crítico da pandemia de covid-19, foram intensificados os trabalhos de diagnóstico da doença, com a ajuda de servidores de outros setores que foram treinados para compor uma força-tarefa. “Servidores de outras áreas que tinham conhecimento em biologia molecular foram transferidos do setor para que pudéssemos dar conta do grande volume de análises”, lembra o diretor do Lacen.
Desde agosto, o Lacen incorporou a seus serviços a análise de amostras de varicela, que até então eram enviadas ao Rio de Janeiro. O novo serviço resultará em um diagnóstico mais rápido, passando de 15 dias da coleta ao resultado para cerca de 48 horas.
monitoramento sanitário
Outro importante serviço do Laboratório Central consiste no monitoramento da qualidade de alimentos e bebidas no âmbito da vigilância sanitária. Direcionados ao local, os produtos e águas são analisados física e quimicamente, tanto em relação à própria matéria-prima quanto em relação às informações que estão nos rótulos.

“Muitas vezes o consumidor vai à loja, compra o produto e não sabe o que está levando para casa. A gente faz uma amostragem junto com a Vigilância Sanitária para monitorar a qualidade, ver se está tudo ok. Quando falamos em água, não analisamos apenas para consumo humano, mas também para água de esgoto”, informa a nutricionista e responsável pelo laboratório de micotoxinas Janice Ramos de Sousa.
Os alimentos são analisados em laboratórios de micotoxinas, que identificam as toxinas nas oleaginosas (legumes que possuem óleos e gorduras); aflatoxinas (micotoxinas produzidas por espécies de fungos); aditivos (substâncias adicionadas aos alimentos para modificar o sabor, a aparência, o aroma ou prolongar o prazo de validade); de metais pesados; águas e bebidas; leite e derivados; eu no; vegetal; fazendo pão; e microbiologia, no caso de surtos alimentares, como diarreia e infecções.
“A importância disso é que conseguimos orientar a população ou pelo menos monitorar melhor o que está sendo disponibilizado ao consumidor”, revela a nutricionista.
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