O dia 1º de dezembro é o Dia Mundial da Aids, data criada como forma de despertar a necessidade de prevenir a doença. Mato Grosso do Sul possui a 7ª maior taxa de detecção de casos do país, com 24,2 casos por 100.000 habitantes.
A taxa nacional é de 17,8 casos por 100.000 habitantes. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), existem mais de 11 mil pessoas vivendo com HIV no Mato Grosso do Sul.
Em 2020, houve queda nas notificações, foram 591 novos casos de HIV e 267 novos casos de AIDS, totalizando 858 pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHIV).
A diferença entre Aids e HIV é que a Aids é o estágio avançado da infecção pelo HIV, quando as células de defesa estão em número muito baixo.
A maioria da população que sofre com a doença no estado são homens. São 602, representando 70% dos infectados, e 253 mulheres, com 30%.
O infectologista Rafaeli Cardoso Barbosa explica que a doença causa uma deficiência no sistema imunológico do corpo humano, “no sistema de defesa contra os agentes causadores de doenças. O vírus HIV mata os linfócitos T CD4.”
É possível ter uma vida completamente normal após ser diagnosticado com HIV, principalmente se o diagnóstico for feito precocemente. Os medicamentos são modernos, com poucos efeitos colaterais e disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.
“As pessoas que vivem com HIV geralmente tomam 2 comprimidos uma vez ao dia, assim como qualquer outra doença crônica em que precisam tomar remédios todos os dias, hipertensão ou diabetes, por exemplo”, disse o médico.
Ela destaca ainda que qualquer pessoa com vida sexual ativa, que não tenha usado preservativo, está sujeita a contrair o vírus.
“Todo mundo que já fez sexo sem camisinha em algum momento da vida é recomendado fazer o teste de HIV”.
Prevenção
O médico explica que, à medida que o tratamento avança, os métodos de prevenção também evoluíram.
“Hoje, não se fala mais em prevenção ao HIV em torno do uso do preservativo. Temos a mandala de prevenção, que são várias ações que podemos tomar para evitar a doença e os danos que ela causa”.
A Profilaxia Pré-Exposição (PreP) é um medicamento usado para prevenir a AIDS, que deve ser tomado diariamente. “É como um contraceptivo para prevenir o HIV.”
Há também a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), usada para prevenir o HIV nos casos em que o paciente teve relação sexual de risco sem preservativo, ou em que o preservativo se rompeu.
Em Mato Grosso do Sul, o CTA é a única unidade que oferece os medicamentos. É realizada uma avaliação do risco de contágio do paciente e, se necessário, o medicamento é prescrito.
De acordo com o manual do PreP, atualizado em 2018 pelo Ministério da Saúde, o grupo prioritário para tomar o medicamento são: gays e homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, profissionais do sexo e casais em que um tem HIV e o outro não. .
“Precisamos garantir que essas pessoas tenham acesso a essa prevenção”, reforçou o médico.
Tratamento da AIDS em Campo Grande
Barbosa relata que o tratamento varia de acordo com o estágio da doença, se o diagnóstico foi precoce ou se o HIV já causou imunodeficiência grave no paciente.
Na Capital, tanto o tratamento quanto a testagem podem ser encontrados nas Unidades Básicas de Saúde, no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), no Hospital Universitário (HU) e no Centro de Doenças Infeccioso-Parasitárias (CEDIP) de Nova Bahia. .
“Existem vários tipos de teste, o teste rápido mais usado e mais disponível tem a capacidade de detectar a infecção em 4 semanas após o contato suspeito”, explicou o infectologista.
Os preservativos masculinos também podem ser retirados em qualquer unidade de saúde, sem restrição de quantidade e sem necessidade de identificação.
Só neste ano, a SES distribuiu 77 mil testes e 2,6 milhões de preservativos para todas as unidades de saúde de Mato Grosso do Sul.
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