O HPV é um dos Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) mais comum no Brasil. Em 2017, estima-se que 54,6% dos brasileiros foram infectados pelo vírus, segundo levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde naquele ano. Nesse sentido, especialistas alertam para a importância de os homens terem consciência de suas saúde sexualtendo em vista que o vírus pode trazer sérias complicações para o público masculino.
A reportagem conversou com especialistas para esclarecer questões importantes sobre como o vírus é transmitido, os principais sintomas e como tratá-lo.
Como o vírus HPV é transmitido?
A maioria dos casos de HPV são transmitidos através de relações sexuais e contato físico. No entanto, também é possível se infectar pelo contato com objetos, sexuais ou não, que estejam contaminados.
Quais são os principais sintomas do HPV em homens?
Um sinal conhecido de infecção são lesões em forma de verruga. No entanto, segundo o coordenador de IST da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) em São Paulo, Dr. Julio Máximo, apenas 20% dos casos de HPV causarão lesões visíveis. “Não há sintomas. A verruga é na verdade um sinal. Aí o sinal pode aparecer, mas geralmente não dói e raramente acontece de sangrar”, explica o especialista.
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Nos casos em que as lesões são visíveis, o paciente pode encontrar verrugas na região genital, seja no pênis, escroto ou ânus, e em outras mucosas, como boca e garganta. O médico. Alerta máximo, porém, que as lesões subclínicas, ou seja, que não são vistas a olho nu, geralmente têm o tipo mais agressivo e mais relacionado ao Câncer.
O HPV pode causar câncer em homens?
Segundo Máximo, assim como nas mulheres, as complicações do HPV nos homens também são tipos de câncer. “Você pode ter o câncer de pênisque não é tão frequente, você pode ter um homem com câncer anal é o câncer de cavidade oral”, explica o Dr. Máximo.
Como os homens podem se prevenir contra o HPV?
Júlio Máximo diz que a melhor forma de prevenção é Vacinação contra o HPV, associado ao uso de preservativo nas relações sexuais. Isso porque a camisinha protege apenas a região de abrangência, enquanto a vacina oferece proteção apenas para alguns tipos do vírus.
Para se ter uma ideia, a vacina disponível para os homens é a quadrivalente, que imuniza contra o HPV 6, 11, 16 e 18. No entanto, existem mais de 200 tipos virais de HPV. “Sempre orientamos a combinação de métodos de prevenção: uso de preservativo e vacinação contra o HPV”, diz.
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A colposcopista Flávia Menezes reitera a importância da realização de exames preventivos. Nesse sentido, o especialista em HPV esclarece que é possível entrar em contato com o vírus e ele pode ser ativado em algum momento da vida do paciente. “Muitas pessoas pensam que as telas preventivas para bactérias, fungos. Na verdade, não. O preventivo serve para rastrear pacientes infectados pelo HPV o mais cedo possível.”
Para diagnosticar casos de HPV que não apresentam lesões na superfície da pele, é necessário realizar exames médicos especializados. Para isso, o médico utiliza aparelhos para localizar lesões microscópicas em regiões suspeitas do corpo. Genitoscopia, anoscopia e laringoscopia podem ser solicitadas.
Como é o tratamento para o HPV masculino?
O tratamento consiste na eliminação de lesões visíveis e microscópicas. Para isso, existem diversos métodos, como o uso de pomadas; crioterapia, na qual é aplicado frio no local da lesão; eletrocautério, que remove a verruga; e o lazer.
A segunda fase do tratamento consiste em remover os fatores que favorecem a persistência do HPV. Assim, a complementação é necessária para melhorar o sistema imunológico do paciente.
Segundo o colposcopista, embora o vírus não seja eliminado do organismo, as lesões podem cicatrizar com o tratamento adequado. “O HPV vai ficar no nosso corpo, então pode-se dizer que não há cura. Mas o mais importante é que as lesões tenham cura”, enfatizou Flávia. Com o tratamento, é possível ter uma vida sexual ativa sem risco de infecção para os parceiros.
Quem pode tomar a vacina contra o HPV?
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Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a imunização contra o HPV está prevista no Plano Nacional de Imunizações (PNI) para meninos e meninas de 9 a 14 anos. A vacina está disponível em duas doses, com intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda aplicação.
No entanto, a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) continua recomendando a aplicação de três doses: a primeira dose aos 9 anos, a segunda após dois meses e a terceira dose seis meses após a primeira dose.
Pessoas que vivem com HIV/Aids, transplantes de órgãos sólidos, medula óssea e pacientes com câncer, todos entre 9 e 45 anos, também podem receber o imunizante gratuitamente. Para esses pacientes, são administradas três doses, com intervalos de dois e seis meses após a primeira.
Na rede privada, pessoas de 9 a 45 anos podem tomar a vacina. No entanto, especialistas alertam que a vacina é mais eficaz quando tomada antes do início da relação sexual. As pessoas que já têm o vírus podem se beneficiar da vacina, pois diminuíram os níveis de HPV.
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