Exercitar o cérebro traz mais qualidade de vida. aprenda alguns exercícios

Todos são constantemente lembrados de que o exercício físico é essencial para manter a saúde do corpo. Mas o que esquecemos é que o cérebro também precisa de “treino” para evitar o chamado perdas cognitivas — quando funções como atenção, memória e até criatividade são prejudicadas pelo envelhecimento das células nervosas, os neurônios.

“Na prática, os exercícios chamados de ‘ginástica cerebral’ reduzem o risco de desenvolver doenças neurológicas, como a demência, o que aumenta a qualidade de vida na velhice”,

explica Vitor Tumas, professor do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo).

Mesmo quem sofre desse tipo de doença pode se beneficiar do treinamento cognitivo.

“Nesse caso, ajudam a compensar a perda de outras funções e são uma estratégia para amenizar as dificuldades e permanecer funcionais dentro das limitações”,

diz a psicóloga Katie Almondes, professora da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e coordenadora do Sene (Serviço de Neuropsicologia do Envelhecimento), vinculado à universidade.

A seguir, explicamos —com a ajuda de especialistas— a importância de estimular a mente na infância e como o cérebro se comporta ao longo da vida.

Quando começar a exercitar o cérebro?

A infância e a juventude são períodos “de ouro” no desenvolvimento cognitivo, pois há uma grande capacidade de gerar conexões duradouras no cérebro. Portanto, quanto mais estímulos forem oferecidos nessas fases, maiores serão as chances de construir uma boa reserva cognitiva para o futuro.

Mas isso não significa que adultos e idosos maduros não possam melhorar suas reservas.

“Obviamente, o aprendizado é mais lento aos 60 do que aos 20”, diz o geriatra Natan Chehter, membro da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) e médico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Mas essas atividades não devem ser desencorajadas, pelo contrário, é importante praticar para criar e manter conexões ativas”, afirma.

A plasticidade cerebral permite que as pessoas que sofreram uma AVC ou um trauma criar mecanismos para reaprender funções perdidas com a morte de células nervosas, por exemplo. O processo é semelhante entre os idosos, que já perderam neurônios pelo processo natural de envelhecimento ou por doenças degenerativas como Alzheimer e outras condições que atacam o cérebro.

Mas o que determina a eficiência dessa plasticidade é a chamada reserva cognitivauma espécie de “poupança” formada ao longo da vida através de estímulos para a geração de sinapses e conexões entre neurônios.

“Essas sinapses geram uma rede neural com vários caminhos possíveis para acessar a informação”, explica Fernando Freua, neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Quanto mais robusta essa rede, mais formas o cérebro tem de se reorganizar após sofrer algum trauma, explica o especialista.

A construção de uma boa reserva cognitiva depende da estimulação intelectual, especialmente na infância e juventude, mas pode – e deve – ser aprimorada com exercícios ao longo da vida.

“Quando isso não acontece, a tendência é de estabilidade e, no longo prazo, diminuição dessa reserva”,

diz Sônia Brucki, neurologista da ABN (Associação Brasileira de Neurologia), coordenadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e Comportamental da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Atividades que estimulam o cérebro por toda a vida

Você verá que exercitar seu cérebro pode ser muito divertido e até gratuito. Está ao alcance de todos. Escolha a sua forma ou faça todos eles.

Ler (revistas, livros, jornais)

Aprender línguas

Andando de costas pela casa por um dia

montar quebra-cabeças

Escrevendo com a mão não dominante

Dançar

Coma de olhos fechados

Contar de 100 a zero

Faça atividades manuais (artesanatobordado, pintura, crochê…)

Processos de demência: todos terão?

Quando falamos em envelhecimento cerebral, um dos maiores medos é justamente a perda de funções cognitivas – como orientação espacial, comunicação, memória, atenção – que impedem uma vida autônoma.

À medida que o corpo envelhece, o cérebro também é afetado. A velocidade de processamento da informação e a capacidade de fazer duas coisas ao mesmo tempo, por exemplo, serão afetadas.

Isso não significa, porém, que a pessoa sofra de demência – como é chamada a classe das mais de 150 doenças neurodegenerativas que causam profundas perdas cognitivas por meio da morte de conexões e neurônios. Dentre eles, os mais prevalentes entre os idosos são Alzheimer (que se caracteriza pelo esquecimento de fatos importantes) e demência por corpos de Lewy (com sintomas semelhantes aos de Alzheimer).

A demência é uma doença, que afeta pessoas mais velhas, mas é uma doença. E isso não afeta a todos. No entanto, ainda não temos como saber quem terá ou não o problema em algum momento da vida. Por isso, precisamos nos cuidar, manter o cérebro estimulado para tentar evitar perdas, caso ocorram.

Deve ser lembrado que alguns fatores também aumentam o risco de ter demência:

fumar

Depressão

Isolamento social

baixo nível educacional

Hipertensão

Deficiência auditiva

Obesidade

Diabetes

álcool em excesso

traumatismo crâniano

Poluição

Estilo de vida sedentário

Fonte: Viva Bem

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