Meningite: demanda por vacina dispara nas clínicas de Araraquara

Em poucas semanas, o crescimento ultrapassou 20%; dose varia de R$ 380 a R$ 650 dependendo do sorogrupo vacinal

Demanda pela vacina cresce em clínicas particulares (Foto: Milton Filho/ cidade em)

o aumento de casos de meningite no estado de São Paulo desencadeou a busca por vacina em clínicas particulares em Araraquara. Em poucas semanas, o crescimento ultrapassou 20%.

Atualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde oferece a vacina Meningocócica C apenas para bebês de 3 meses a um ano, e ACWY para crianças e adolescentes, de 11 a 14 anos, além de profissionais da saúde.

Em uma clínica localizada na Vila Harmonia, a demanda por vacinas ACWY e B praticamente triplicou na primeira quinzena de outubro. Por dia, em média, 20 doses do imunizador.

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A arquiteta Tatiana Emi Nakae, 42, decidiu tomar a vacina por causa do surto da doença na Capital. Ela e o marido foram vacinados.

“Meu marido viaja muito. Então, nós dois decidimos levá-lo para ser mais protegido. Decidimos tomar ACWY porque o surto da doença é de meningite tipo C. Em relação ao tipo B, tomei a vacina há alguns anos e já estou protegido”, lembrou.

Andreza Gilio é responsável por clínica localizada na Vila Harmonia (Foto: Milton Filho/acidade on)

A pediatra, Andreza Juliani Gilio, explicou que os casos da doença no estado têm levado muitas pessoas a procurar a vacina. Somente na capital paulista, desde o início do ano, foram 58 notificações e 10 óbitos.

“Essas vacinas são acessíveis à população que não tem acesso ao PNI. Então, estamos em grande demanda porque, infelizmente, a maioria dos adultos não foi vacinadae estão preocupados com o surto registrado em outras cidades”, comentou.

Segundo ela, a demanda por adultos sempre foi baixa. “Antes, não tínhamos demanda de adultos para esse tipo de vacina”, acrescentou.

Em outra clínica, que também fica na Vila Harmonia, a busca por imunizações cresceu 20% desde que os primeiros casos da doença começaram a ser relatados.

Volia Carvalo trabalha há 30 anos com vacinação (Foto: Arquivo/Reprodução/EPTV)

Para a pediatra responsável pela clínica, Volia Carvalho de Almeida, esse movimento é comum sempre que casos de determinadas doenças começam a ser relatados. “Os adultos são menos proativos, para buscar a prevenção, embora isso tenha melhorado nos últimos 10 anos. A proatividade é muito maior em relação às mães com seus filhos, é uma coisa mais natural. Sabemos que precisamos de algo, um alerta, para disparar [esta procura]”, avaliou.

O profissional trabalha com vacinação há 30 anos. Para ela, não há motivo para pânico.

“A pessoa que pode fazer prevenção com uma vacina segura, deve fazer, você não deve esperar por um surto para que isso aconteça. O problema é que os surtos vêm e vão. A conscientização é muito mais importante do que qualquer outra coisa. Obviamente, o surto assusta as pessoas, mas a conscientização tem que vir primeiro”, ponderou.

VALORES

O valor de cada dose da vacina ACWY, que protege contra quatro subtipos de meningite, varia de R$ 380 a R$ 400. Para crianças, são necessárias duas doses aos 3 e 5 meses, mais três reforços aos 1, 6 e 11 anos. Para adultos, uma aplicação é suficiente.

Por outro lado, a dose do imunizante que protege contra o subtipo B custa de R$ 590 a R$ 650. Neste caso, são necessárias duas doses, aos 3 e 5 meses, e um reforço após 1 ano de vida.

As vacinas podem ser dadas a crianças e adultos, dos 3 meses aos 50 anos. O público acima dessa faixa etária necessita de prescrição médica.

“Essas vacinas previnem infecções, a bactéria meningocócica, que pode ser sepse, infecção generalizada no sistema sanguíneo ou infecções localizadas. O meningococo é descrito como uma das bactérias mais graves e com maior risco de morteprincipalmente entre as crianças”, disse Andreza Gilio.

PNI oferece vacina para crianças e adolescentes (Foto: Divulgação)

Para Volia Carvalho, é fundamental manter a caderneta de vacinação em dia, seja com as doses oferecidas pelo PNI, seja com as vacinas complementares, para evitar que doenças imunoprevisíveis voltem a ser um problema de saúde pública.

“Vacinas que estão no calendário da rede pública É essencial. Há duas dezenas de vacinas disponíveis ao público gratuitamente. Devem constar, prioritariamente, com absoluta certeza, na caderneta de vacinas”, concluiu.

SINTOMAS

Febre, vômitos, torcicolo e dor de cabeça, acompanhados de prostração são sinais de alerta. Segundo os médicos, as crianças que desenvolvem meningite têm 50% evoluem para óbito e 70% ficam com sequelas, como amputações, surdez e perda visual.

A orientação é verificar o cartão de vacinação, ficar atento aos sintomas e procurar um médico em caso de sintomas persistentes.

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