Menopausa não adoece, autocuidado, dizem especialistas

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Todas as mulheres passam pela menopausa, cada uma de forma única, e terão um terço de sua vida pós-menopausa. Enfrentar o envelhecimento e todas as mudanças no corpo pode ser difícil para muitos. A ginecologista e obstetra Mariza Chagas Sales destaca que “na vida da mulher, a transição entre as fases reprodutiva e não reprodutiva, denominada climatério, pode acarretar mudanças no comportamento emocional e hormonal da mulher. E vários sintomas podem começar nesse período. Essa transição pode causar o desenvolvimento de alterações de humor, ansiedade, insegurança, desânimo, irritabilidade e até transtornos depressivos.”

O médico destaca outros sintomas: alteração do ciclo menstrual, um a três anos antes da menopausa. O ciclo pode ser curto ou com atraso menstrual; sintomas vasomotores, também conhecidos como ondas de calor ou ondas de calor, principalmente na região do rosto, tórax e pescoço. Caracterizam-se por vasodilatação periférica, elevação da temperatura da pele e sudorese, podendo levar à insônia durante a noite; pele e cabelos ressecados, unhas enfraquecidas, ressecamento da mucosa vaginal, levando à dor durante a relação sexual (dispareunia) e diminuição da libido, causada pela diminuição dos hormônios ovarianos.

Para Mariza, é importante que todas as mulheres se cuidem para passar por esse período, “que não é uma doença, mas uma passagem para uma vida não reprodutiva”. Ela também alerta que as mulheres devem priorizar o aumento da qualidade de vida e a prevenção de doenças crônicas e neoplásicas. “Ela deve se esforçar para ter hábitos saudáveis ​​e uma alimentação balanceada para aliviar os sintomas. Ela deve se manter ativa, fazendo exercícios físicos, que são tão importantes para sua saúde, além de atividades que sejam prazerosas para ela.”

autocuidados

Segundo a médica, para a promoção da saúde no climatério, existem inúmeros cuidados gerais que devem atender a todas as mulheres. “O tratamento hormonal ou medicamentos não hormonais específicos podem ser prescritos para cada paciente. O tratamento deve ser individualizado, de acordo com as necessidades de cada um, com o objetivo de oferecer uma melhor qualidade de vida.

Estudos mostram que uma alimentação adequada, atividade física, atividades intelectuais, sociais e culturais são recursos importantes para prevenir a degeneração causada pelo processo de envelhecimento, aliviar os sintomas do climatério, prevenir a perda óssea e manter a memória. O cuidado cosmético da pele e a massagem localizada são recursos importantes, assim como a identificação e o tratamento de doenças sistêmicas.”

Mariza Chagas Sales destaca que o tratamento hormonal traz grandes benefícios, desde que utilizado de forma criteriosa e individualizada, no alívio de sintomas, proteção de mucosas, pele, trato genital e urinário e ossos: “É preciso selecionar adequadamente os pacientes , observar as vias de administração, os tipos e doses de hormônios e os regimes terapêuticos. É importante conversar com o paciente para discutir os riscos e benefícios da terapia hormonal. Pacientes com contraindicações ao tratamento hormonal podem se beneficiar do tratamento com ervas.”

A médica alerta que o climatério é acompanhado por uma série de alterações fisiológicas e comportamentais que implicam na necessidade de prevenção de doenças e promoção da saúde: “No climatério, a mulher fica vulnerável ao desenvolvimento de alterações de humor e transtornos depressivos.

A diminuição do estrogênio nessa fase torna a mulher mais suscetível a diversas patologias, como, por exemplo, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral e osteoporose”.

No entanto, Mariza lembra que a menopausa da mulher moderna é completamente diferente da mulher do século passado.” Muitos são profissionalmente ativos, têm objetivos, planos e sonhos a realizar. O atendimento à mulher no climatério proporciona uma melhor qualidade de vida, uma vez que a população feminina tem apresentado um aumento significativo na longevidade.

E como o exercício físico tem que fazer parte da vida em qualquer fase, a ginecologista alerta que a mulher não deve parar na menopausa, mas escolher o que gosta de praticar.

Onde procurar informações e recepção?

A Plenapausa, femtech brasileira que fornece informações, soluções e atendimento à mulher na menopausa, avaliou este ano cerca de 3.800 mulheres no país, desde o climatério até a pós-menopausa. Com essa avaliação, ele coletou dados atuais sobre os sintomas físicos e emocionais das mulheres na menopausa.

A psicanalista e fundadora do Plenapausa, Márcia Cunha, destaca uma mudança em especial: dar atenção aos aspectos emocionais e sentimentais: “Além de cuidar dos sintomas físicos, dores e desconfortos, é preciso cuidar da saúde mental e emocional durante a menopausa. Além dos sinais relatados, como ansiedade, depressão, alterações de humor, ondas de calor e alterações no sono, percebemos também a solidão das mulheres que estão passando por esse período”, explica.

“O assunto não é discutido em casa e, muitas vezes, não é discutido nem entre amigos. Isso gera falta de informação e a mulher se sente sozinha. Para enfrentar esse período da forma mais leve e confiante, é importante que a mulher, junto com seu médico, busque o melhor tratamento para seus sintomas e o associe à melhora na alimentação, atividade física e tenha uma rede de apoio.”

medo do julgamento

“Apesar de ser um processo natural, a menopausa ainda é um tabu para muitas mulheres, que optam por omitir que estão nessa fase por medo de serem julgadas. Talvez esse sentimento esteja ligado aos tempos antigos, quando a média de vida era menor, a mulher se casava muito cedo e passava por várias gestações. Uma época em que cada fase era marcada por características sociais bem definidas. Para muitos, o autoconhecimento sobre o próprio corpo e o prazer eram malvistos pela sociedade em geral. Atualmente, as mulheres estão mais autoconfiantes, se conhecem mais e enfrentam o envelhecimento com mais leveza. Estar aberto para verbalizar e trocar experiências é fundamental. A vontade de viver com qualidade e se sentir bonita são fundamentais. É sobre autoestima. Obviamente, as dificuldades do dia-a-dia associadas às mudanças fisiológicas no corpo nos afetam. Por isso, é importante primeiro entender o que acontece com o corpo feminino ao longo da vida, desde o nascimento. É importante ter um médico de confiança, alguém que possa responder às suas perguntas. Enfrente seu envelhecimento com leveza. Acredite: a experiência nos torna melhores.”

Muitas opções:

1 – Caminhar: “Andar de 30 minutos a uma hora é uma ótima maneira de aliviar os sintomas emocionais da menopausa. Caminhar libera endorfinas, que afetam positivamente o humor.”

2 – Natação: “A natação é um dos exercícios mais completos, pois fortalece os músculos, não sobrecarrega as articulações e melhora a respiração”.

3 – Yoga: “Ótimo para reeducação postural, melhora a flexibilidade e coordenação motora. Além disso, sua ação relaxante alivia o estresse físico e emocional.”

4 – Hidroginástica: “Excelente, melhora o condicionamento cardiovascular e muscular, além de ter efeitos positivos na flexibilidade, coordenação motora e relaxamento”.

5 – Ciclismo: “Tem benefícios na melhora da capacidade aeróbica e aumento do metabolismo das gorduras”.

6 – Musculação: “Essa atividade deve ser feita sob supervisão adequada e pode ajudar a combater a osteoporose, dores lombares e melhorar o sono. Seus resultados são ótimos, pois melhoram a definição muscular, ajudam a emagrecer e até melhoram o sistema cardiorrespiratório”.

7 – Dançar: “Ótimo para relaxar, fazer amigos e melhorar a autoestima, além de ser um excelente exercício físico”.

8 – Alongamento: “Favorece o aumento da flexibilidade muscular, proporciona maior agilidade e elasticidade, além de prevenir lesões”.

9 – Pilates: “Proporciona ganho de tônus ​​muscular e fortalece os músculos. Também ajuda a melhorar o equilíbrio e a coordenação ao realinhar a coluna, além de fortalecer o assoalho pélvico.”

Veja os principais dados coletados na pesquisa:

83% – Dificuldade para dormir ou sono que não recupera, má qualidade do sono

89% – Cansaço ou pouca energia

80% – Falta de libido

82% – Depressão e/ou ansiedade

88% – Mudança de humor/instabilidade emocional

80% – Dor articular/dor muscular 80%

17% – Usar fitoterápicos

26% – Usar suplementos/vitaminas

53% – Sinta-se menos produtivo no trabalho

Se eu pudesse fazer algo para me sentir melhor a cada dia…

1- Exercite-se mais: 29%

2 – Perder peso: 24%

3 – Lidar com depressão/ansiedade/irritabilidade ou outros sintomas de humor: 11%

4 – Reduzir o nível de estresse: 7%

5 – Coma mais saudável: 6%

6 – Melhora o nível de energia: 6%

história pessoal

– Depressão pós-parto: 28%

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