Após dois anos de pandemia do coronavírus, veio um novo alerta: monkeypox. Em uma escala aparentemente menor, a doença começou a gerar preocupação na comunidade médica e se espalhou pelo mundo. Mas quão rápido é a sua transmissão e como isso acontece? Estamos ilesos em ambientes como o ginásio? É isso que vamos ver hoje.
O QUE É MACACO POX?
“Monkeypox é uma doença causada pelo vírus varíola, que faz parte da mesma família de vírus da varíola. O primeiro caso humano foi descoberto em 1970, mas ficou conhecido devido ao surto em 2022 em vários países. Dra. Aline Scarabelliinfectologista e consultora médica do Labi Exames.
Monkeypox, popularmente conhecido como monkeypox, é a chamada “zoonose viral”, ou seja, uma doença em que o vírus causador é transmitido de animais para humanos. No entanto, hoje, o contágio também acontece de pessoa para pessoa.
Segundo o médico, a transmissão ocorre por contato direto com a pele, secreções contaminadas e exposição próxima e prolongada a gotículas e outras secreções respiratórias. Alguns estudos também afirmam que a transmissão da mãe para o feto pode ocorrer durante a gravidez ou após o nascimento por contato próximo.
“É transmitida por gotículas respiratórias e pelo contato físico com lesões ou fluidos corporais e com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas pelo paciente. Dra. Brianna Nicoletti, imunologista da USP. “O período de incubação (tempo de contágio e início da doença) da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a OMS”.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DE MONKEYPOX?
Os sintomas da varíola são muito semelhantes aos da varíola, só que mais leves. A principal indicação da doença são as erupções cutâneas localizadas nos genitais (pênis, testículos, lábios e vagina) ou ânus, podendo também aparecer em outras áreas do corpo, como mãos, pés, tórax e rosto.
“Esta é uma doença que passa por vários estágios, desde a formação de crostas até a cicatrização”, explica a Dra. Aline. “Inicialmente, a erupção pode causar espinhas ou bolhas dolorosas ou com coceira.”
Além disso, os profissionais de saúde chamam a atenção para os seguintes sintomas:
- Febre
- Arrepio
- gânglios linfáticos inchados
- Exaustão
- Dores musculares ou nas costas
- Dor de cabeça
- Problemas respiratórios (dor de garganta, congestão nasal ou tosse)
Os sintomas aparecem dentro de 3 semanas após a exposição ao vírus e podem durar em média 14 dias. A boa notícia é que esta infecção raramente é considerada fatal.
“Os sintomas são os mesmos em adultos e crianças”, acrescenta a Dra. Brianna. “O que diferencia são as chances de complicações se crianças muito pequenas e ainda desenvolvendo o sistema imunológico. As complicações estão relacionadas à desidratação, conjuntivite, pneumonia, sepse e, em casos raros, encefalite e óbito. A letalidade é de cerca de 1 a 3%.”
PRECAUÇÕES PARA EVITAR O CONTAGIO
Uma vez confirmada a infecção, é preciso uma série de cuidados para evitar que a cadeia de transmissão continue a rolar – assim como foi com o coronavírus. Os principais pontos de atenção são:
- Não toque na erupção cutânea ou crostas de uma pessoa infectada ou possivelmente infectada
- Evite beijos, abraços ou relações sexuais
- Evite o contato com objetos, materiais e superfícies de uma pessoa infectada ou possivelmente infectada
- Não compartilhe talheres, copos, roupas, toalhas, etc.
- Lave as mãos com frequência
“É importante lembrar que quem teve contato próximo e pessoal com alguém que tem varicela está em risco”, alerta Aline. “Por isso, o diagnóstico precoce é a melhor forma de reduzir a propagação da doença, já que não existe um tratamento específico.”
Segundo Brianna, a vacina contra o vírus Orthopoxvirus variolae (da varíola tradicional) é a principal forma de prevenção contra a doença, porém, ainda não é possível produzi-la em larga escala e não há estoques dessa vacina, pois a doença estava, até então, erradicada.
MONKEYPOX: É SEGURO IR À ACADEMIA?
Mais uma vez, voltamos ao exemplo do coronavírus. Apesar de não exigir períodos de lockdown, os cuidados para evitar o contágio pelas duas doenças são bastante semelhantes.
“O ideal é lavar as mãos com frequência e higienizar cada aparelho com álcool 70%, antes e após o uso”, afirma Dra. Aline. “A transmissão por gotículas também existe, então usar uma máscara também ajuda a prevenir a doença.”
Ou seja, com isso entendemos que a transmissão da varíola dos macacos é possível em academiasprincipalmente compartilhando colchões, toalhas e eletrodomésticos com pessoas com possíveis lesões de pele, decorrentes da doença.
Portanto, a higienização correta dos dispositivos ajuda a reduzir bastante a possibilidade de infecção.
“A forma mais comum de transmissão é pele a pele, que pode acontecer em esportes de contato prolongado como judô ou luta greco-romana”, diz Brianna. “Mas esportes de contato ainda mais rápidos, como futebol ou basquete, podem acontecer, embora seja menos provável. Vale lembrar que pessoas sintomáticas devem procurar um médico para descartar a doença e, se positivo, isolar.”
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