“No Brasil, se você interpreta um personagem ruim, tem que ter muito cuidado”

José Fidalgo é uma das maiores apostas da TVI para a nova temporada televisiva. O ator vai protagonizar a nova novela da estação, que se chama ‘Queridos Papás’, e a seu lado estarão outros três galãs: Tiago Teotónio Pereira, Pedro Sousa e Fernando Pires.

Esta nova produção já começou e, ainda a viver os primeiros dias deste regresso às telenovelas, José Fidalgo falou com Fama ao minuto.

Nesta conversa, que decorreu no lançamento da RISE, a nova máquina da Delta, o artista de 43 anos contou o que já é possível saber sobre esta trama, sem nunca esquecer os outros desafios profissionais que abraçou recentemente, incluindo a novela ópera ‘Deus Salve o Rei’, que gravou no Brasil, país onde confessou que gostaria de voltar a trabalhar.

Acho que faz sentido neste momento falar dos homens como pais e da relação que eles têm que ter com os filhos.

Há muita expectativa em torno de ‘Queridos Papás’. O que você pode nos dizer agora?

uma das amantes [Cristina Ferreira] estava aqui. Ela mesma nos pediu para não revelar muito. O que sabemos é que há quatro pais, cada um em sua posição, e há o drama desses homens lidando com seus filhos. O objetivo do romance é inverter um pouco a moeda no que diz respeito à relação que os homens têm com seus filhos. Acho que faz sentido neste momento falar dos homens como pais e da relação que eles têm que ter com os filhos. Isso tem muito a ver com o fato de as mulheres cuidarem dos filhos, mas hoje em dia já começa a mudar e perceber que, talvez, os pais também precisem passar esse tempo com os filhos. O mais engraçado é que cada [dos protagonistas] tem seus dramas e cada um tem que lidar com isso e com as crianças. O resto do elenco é todo em torno desse tema: crianças.

O grupo de protagonistas inclui outros três atores de grande qualidade. Como é trabalhar com eles?

Eu amo os três. Já conhecia o Fernando Pires e o Tiago Teotónio porque já trabalhei com os dois e são fenomenais. Pedro Sousa já tinha um respeito por ele como ator porque tenho acompanhado o seu trabalho, quando admiro alguém sigo-o. Estou muito feliz. Já se passaram nove meses e nós quatro vamos poder levar esses nove meses, que serão de muito trabalho, com muita alegria e boa disposição.

Para uma carreira como a sua, que se divide entre teatro, cinema e televisão, quais são as maiores diferenças que você encontra quando volta a trabalhar em novelas?

São filosofias completamente diferentes. Não podemos esquecer que o romance tem uma estrutura específica. A função da novela é entreter o público, é dar luz e cor à própria história e entreter os diversos estratos sociais que a englobam. Para isso existe uma estrutura que você tem que obedecer. Temos que dar a conhecer a história ao público, mas nem sempre esse público está atento à novela, por qualquer motivo. Então, de vez em quando, você tem que se lembrar de algumas coisas e existem técnicas para isso. Nunca podemos comparar a composição de um filme, uma série ou uma peça de teatro com uma novela.

É muito difícil construir uma novela, é um desafio para toda a equipe. O ator tem que entender, junto com a equipe, qual é o propósito de cada cena. A história se monta sozinha, mas é cena por cena que temos que nos preocupar.

As pessoas do Norte reagem mais ao fato de um personagem ser ruim ou ter uma característica mais chata, mas no final dessa abordagem as pessoas dizem que gostam de nós (…). No Brasil é diferente

Você sente que, quando está no ar com uma novela, o público se aproxima de você com maior intensidade?

Em Portugal existe esta demonstração de afeto para com as personagens, tanto de forma positiva como negativa. As pessoas do Norte reagem mais a um personagem sendo mau ou tendo um traço mais chato, mas no final dessa abordagem as pessoas dizem que gostam de nós ou ‘grande papel que você está desempenhando’. No Brasil, por exemplo, onde também trabalhei, é diferente. É mais marcado. Se você interpreta um personagem ruim, você tem que ter muito cuidado. Como figura pública, talvez você não possa ir a um café tão livremente. No que me diz respeito, no final desta abordagem há sempre uma expressão de carinho, carinho e admiração, o que me deixa feliz.

Com o papel que desempenhei em 2014 para a SIC, onde foi muito mau, tive duas raparigas… senti um pouco isso. Mas no final eles acabaram me dizendo ‘você é tão ruim quanto cobras e eu só quero bater em você, mas você desempenha um grande papel’. Em Portugal, as pessoas podem entender isso e fazer aquela cena final de ‘eu gosto de você’.

Como você se sente nesta fase da sua vida?

Me sinto realizada porque, afinal, nunca parei de trabalhar. Seguimos com nossas vidas, traçamos metas e nosso caminho e me pergunto como estou agora. Estou bem e me sinto realizada por isso.

O futuro passa por Portugal ou gostaria, por exemplo, de regressar ao Brasil, onde foi tão acarinhado?

Eu me vejo trabalhando no Brasil no futuro, apesar da conjectura que eles estão vivendo agora… Se Lula ganhar, será bom para a cultura? Todos dizem que sim e eu acredito porque vários colegas e amigos meus que moram lá dizem isso. Eles acreditam que com Lula a cultura pode voltar ao topo.

Eu posso voltar lá para trabalhar, é o meu desejo. Em primeiro lugar, pela forma como tratam os atores. Em segundo lugar, porque o mercado de cinema lá é enorme, com vários festivais por todo o país, eles valorizam muito o cinema. Vi que havia muito mercado. Quando terminei a novela […] Já tinha trabalho na SIC e tive de voltar, por isso não tive muito tempo para explorar. Acredito que ainda há um mercado para mim tanto no cinema quanto na televisão. Eu gostaria de explorar se eu puder.

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