
A empresária Márcia Machado, 42 anos, sempre foi amiga do equilíbrio – o tipo magrinho. Até a segunda gravidez. Durante a gravidez e no pós-parto, ela ganhou 20 quilos, ao mesmo tempo em que passou por um processo de divórcio. “Depois, não consegui mais emagrecer. Nunca tive aquele peso. Não me identificava com aquele corpo, me olhava no espelho e não me via”, diz. Márcia passou sete anos com os quilos a mais, até o momento em que o que pesava mesmo era a questão da saúde. Ela se lembra da sobrecarga de trabalho, que a deixava cansada, indisposta, sem forças físicas para fazer nada ao chegar em casa.
E assim ele agiu. Procurou uma nutricionista, que indicou a colocação de um implante hormonal. “O implante tem quase a mesma função de uma dieta low carb, diminui a insulina, faz o corpo queimar gordura, acelera o metabolismo”, explica a empresária, de forma didática. Ao mesmo tempo, Márcia mudou alguns hábitos. Ela não fez dietas extremamente restritivas, mas cortou o refrigerante, que consumia em grande quantidade, e também o álcool. Ela perdeu 16 quilos em nove meses e agora está mantendo a balança em 70 quilos.

Embora muitas pessoas tenham acesso à alimentação, a fome é um grande problema de saúde pública que pode ter consequências graves, principalmente entre as crianças em desenvolvimento, alerta a nutricionista Marcella Garcez. Atinge 10% da população brasileira, cerca de 33 milhões de pessoas, segundo o profissional.
A desnutrição pode resultar, principalmente entre as crianças, em perda de peso, baixo crescimento e baixa imunidade. Mas com o tempo, continua Marcella, a constante falta de nutrientes pode causar alterações metabólicas que levam a problemas como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.
RESÍDUOS Quando se fala em alimentos, outro assunto relacionado é o desperdício. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que, no Brasil, quase 30 milhões de toneladas de alimentos são perdidas todos os anos. “Isso acontece na manipulação, transporte e armazenamento dos alimentos. E, quando se trata do consumidor final, também na escolha e na forma de armazenamento dos alimentos”, diz a nutricionista. “As pessoas devem ser educadas para aproveitar a comida na íntegra, usando partes que podem ser consumidas e muitas vezes não sozinhas”, ensina Marcella.
Quando a pauta passa para a questão ambiental, é importante lembrar que o meio ambiente não tem recursos infinitos e, por isso, permanece profissional, a produção de alimentos deve ser baseada em técnicas de menor impacto, que evitem a degradação da natureza. “Esse deve ser o foco dos grandes produtores, e o Brasil é um deles, um importante polo exportador de alimentos para o mundo. Devemos pensar que as populações futuras podem ter problemas na produção de alimentos”, alerta Marcella.
Com a pandemia e a crise econômica gerada por ela, muitas pessoas deixaram de receber boa alimentação, porém, mesmo entre os que não o fizeram, o que muitas vezes se via era uma inadequação em relação à alimentação. Além do aumento dos números de obesidade (para Marcella, outra pandemia em particular), a incidência de transtornos alimentares ligados à ansiedade, por exemplo, cresceu.
Outro fenômeno em especial decorrente da crise sanitária, diz Marcella, é a forma como as pessoas passaram a lidar com a alimentação. Mesmo com acesso a uma boa alimentação, muitas pessoas, lembra a nutricionista, ao invés de aproveitar melhor o tempo em casa e se envolver no preparo das refeições, de forma mais saudável, o que se viu foi o contrário. “As pessoas buscavam alimentos que trouxessem conforto emocional, geralmente mais calóricos, escolhas erradas, além do aumento do número de pedidos por delivery”, ressalta.
CONSUMO DIÁRIO ALIMENTAR
A pirâmide alimentar elaborada em 2013 por Philippi, na obra “Redesenho da Pirâmide Alimentar Brasileiro para uma alimentação saudável”, indica oito grupos de alimentos, distribuídos em quatro níveis, nos quais estão suas recomendações em quilocalorias para consumo diário. O projeto é desenvolvido assim:
» Arroz, pão, massa, batata, mandioca:
900kcal (6 porções por dia)
» Legumes e legumes: 45kcal (3 porções por dia)
» Frutas: 210kcal (3 porções por dia)
» Carne e ovos: 190kcal (1 porção por dia)
» Leite, queijo e iogurte: 360kcal (3 porções por dia)
» Feijão e oleaginosas: 55kcal (1 porção por dia)
» óleos e gorduras: 73kcal (1 porção por dia)
» Açúcares e doces: 110kcal (1 porção por dia)
Na base da pirâmide estão os alimentos responsáveis por fornecer energia, sendo o grupo dos carboidratos. No segundo nível estão os alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras, considerados reguladores. No terceiro nível, alimentos com proteínas. No último nível, o grupo de alimentos que devem ser ingeridos sem excessos, pois têm ligação direta com o desenvolvimento da obesidade.
Observa-se também, no trabalho de Philippi, a recomendação de realizar atividades físicas e a necessidade de realizar seis refeições ao dia.
ERROS MAIS COMUNS NA ALIMENTAÇÃO
Pouco tempo para refeições, alimentos industrializados, produtos não saudáveis, a rotina está cada vez mais agitada. A vida contemporânea tem muitas armadilhas que criam uma forma não saudável de comer. Veja os erros mais comuns:
» Excesso de sal: aumenta a pressão arterial e
para retenção de líquidos
» Excesso de açúcar: provoca uma série de
problemas relacionados com a obesidade
» Pouca variedade: pratos coloridos têm mais
nutrientes e são mais saudáveis
» Falta de frutas e verduras: são
alimentos importantes como fonte
de fibras e vitaminas
» Má hidratação: indicado para ingestão em
cerca de dois litros de água por dia
» Pular refeições: a pessoa fica muito tempo
sem comer, o que pode causar,
na hora das refeições, comer demais
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