Depois de muitos anos, o poliomielitetambém conhecida como paralisia infantil, voltou a assustar países ao redor do mundo.
É importante esclarecer desde já que, apesar de ter sua transmissão eliminada em vários continentes, essa doença nunca foi erradicada e ainda era endêmica no Paquistão e no Afeganistão.
Mas ela estava aparentemente sob controle. Até que, em 2022, casos de paralisia por poliovírus selvagem no Malawi e em Moçambique. E ainda mais atenção foi dada aos episódios de poliomielite causados pela vírus derivado de vacinauma forma mutante patogênica do vírus vacinal que aparece com o aumento da circulação e a queda da imunização, em dezenas de países da África e da Ásia e nos Estados Unidos.
Além disso, esse vírus derivado de vacina foi encontrado recentemente no esgoto de cidades como Londres, na Inglaterra, e Nova York, nos EUA.
A pólio é causada por um vírus altamente contagioso que afeta principalmente crianças menores de 5 anos. É transmitido através do contato direto com a pessoa infectada, que libera o vírus em secreções e fezes.
A doença pode produzir paralisia nos braços ou pernas e danificam as células cerebrais responsáveis pelo controle da respiração. Alguns casos são leves, enquanto outros são muito graves. As vítimas podem ficar permanentemente incapacitadas ou até morrer.
O grande ponto aqui é que o vírus vacinal só se torna perigoso quando a cobertura do vacina fica baixo por muito tempo. Nessa situação, ele circula mais livremente e pode sofrer mutações. Alguns deles podem reverter o processo de atenuação que dá origem ao agente imunizante e recuperar a capacidade de causar doenças.
Somente este ano, mais de 250 casos de poliomielite causados pelo vírus derivado da vacina circulante foram relatados em todo o mundo. E a situação pode piorar se as coisas continuarem como estão.
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O infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira Junior, gerente médico do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Hospital Infantil Sabará, explica que a cobertura vacinal contra a poliomielite (e outras infecções) no Brasil é perigosamente baixa. Isso significa que doenças que não eram diagnosticadas há anos no país podem ressurgir.
“É muito importante ficar atento à carteira de vacinação. Esta é a forma mais eficaz e segura de controlar as doenças transmissíveis. Não estamos atingindo a meta de vacinar mais de 95% das crianças, o que as deixa cada vez mais desprotegidas contra poliomielite, sarampo, tuberculose e difteria”, alerta o especialista. Todas essas são condições que podem causar sérias sequelas.

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Da poliomielite à meningite
Assistimos, na cidade de São Paulo, à ocorrência de cinco casos de meningite meningocócica tipo C na zona leste da capital entre julho e setembro deste ano. Essa é outra preocupação no radar dos profissionais de saúde.
A vacina bacteriana meningococo C é presente no calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI), com doses aos 3 e 5 meses de vida, além de reforço aos 12 meses. Adolescentes de 11 a 14 anos ainda devem receber uma dose da vacina de cepas meningocócicas ACWY.
Apesar da disponibilidade do imunizante, a cobertura vacinal contra o meningococo C está abaixo de 80%, enquanto a meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.
Não há que se preocupar, pois o número de casos ainda está abaixo dos anos anteriores, nem há indicação de vacinação indiscriminada para a doença. Mas o episódio reforça o perigo no ar e a necessidade das famílias atualizarem seus cartões de imunização.
O ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – descreve no seu artigo 14.º como “vacinação obrigatória das crianças nos casos recomendados pelas autoridades de saúde”. Portanto, a vacinação de crianças e adolescentes também é um dever cívico. A vacina de todos protege todos da transmissão.
O Brasil sempre foi considerado referência em imunização. É fundamental reverter o declínio das coberturas vacinais para evitar que doenças já esquecidas voltem a atacar nossas crianças.
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