Assim como acontece desde 2008, a campanha Outubro Rosa está mobilizando o Brasil com o objetivo de conscientizar as mulheres para a prevenção e detecção precoce do câncer de mama, que mais mata mulheres no país. São 15.000 mortes por ano, o que representa 2,5% das mortes entre as mulheres. A doença é a principal causa de morte por câncer na população feminina em todas as regiões brasileiras, exceto na Região Norte, onde o câncer do colo do útero mata mais.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), só em 2022, o Brasil vai diagnosticar 66 mil novos casos da doença — 99% em mulheres e apenas 1% em homens. Os diagnósticos avançados representam 40% dos casos. O Inca alerta que uma em cada doze mulheres no Brasil terá câncer de mama e a maioria das mortes ainda se deve à falta de informação e tratamento correto.
Se detectado precocemente, um em cada três casos de câncer de mama pode ser curado. O medo e a desinformação são apontados pelo instituto como os principais fatores que retardam o diagnóstico precoce e o tratamento. O sintoma mais comum é o aparecimento de um nódulo, geralmente indolor e duro. Mas existem tumores de consistência mole e bem definidos que também podem ser malignos. Por isso é fundamental consultar um médico e realizar exames preventivos regularmente.
estrutura de combate
Recentemente, o Senado aprovou o PLS 374/2014, convertido na Lei 14.335, de 2022. O objetivo era prestar atenção integral à mulher na prevenção dos cânceres de mama, colo do útero e colorretal. A lei prevê ações para garantir a prevenção, detecção, tratamento e acompanhamento desses tipos de câncer.
Entre outros pontos, a nova lei garante que todas as mulheres que atingiram a puberdade serão submetidas a exames citopatológicos, independentemente da idade. Também oferece atendimento integral às mulheres com uma estratégia de triagem abrangente.
Outro ponto muito importante é forçar o encaminhamento para serviços de maior complexidade para complementar diagnósticos, tratamentos ou acompanhamentos sempre que a unidade que prestou o atendimento não tenha condições de fazê-lo.
Em 2021, o Senado também aprovou o PL 4.968/2020, que obriga as empresas a disponibilizar informações sobre o câncer de mama a seus funcionários. Devem também promover ações afirmativas de conscientização e orientá-los no acesso aos diagnósticos. E devem informá-los sobre a possibilidade de não comparecer ao serviço para a realização de exames preventivos. Este projeto está agora em análise na Câmara dos Deputados.
Iniciativas próprias
Assim como em anos anteriores, em 2022, o Senado realizou uma série de iniciativas para divulgar medidas de prevenção e detecção precoce do câncer de mama, além de participar de campanhas de ajuda.
Durante todo o mês de outubro (até o dia 31), o Senado participa, por exemplo, da campanha de doação de itens para mulheres e crianças com câncer. A Liga do Bem recebe doações de bandanas, turbantes, tiaras, bonés, lenços para mulheres e crianças com câncer que serão entregues à Rede Feminina de Combate ao Câncer e ao Hospital da Criança de Brasília. Os pontos de coleta ficam nas entradas dos Anexos 1 e 2 do Senado e na entrada do prédio da Diretoria Geral da Casa, em Brasília/DF. As caixas de coleta são exibidas para que qualquer pessoa possa doar.
Entre os dias 3 e 7 de outubro, as funcionárias terceirizadas da Casa, com mais de 50 anos, e que não fizeram mamografia nos últimos 12 meses, puderam fazer o exame gratuitamente. Os exames foram realizados no carrinho de mamografia do Sesc-DF, no estacionamento do Senado. Esta foi uma iniciativa da Bancada da Mulher e da Procuradoria da Mulher do Senado.
O Senado também apoiou o seminário “Desafios e possibilidades para o câncer de mama no Brasil”, realizado no dia 8 de outubro, e recebe a exposição “Recomeçar: Amor, eu te amo”, em cartaz até o dia 22 na Galeria Senado. O espetáculo retrata oito mulheres que tiveram câncer de mama e conseguiram reconstruir sua autoconfiança, autoestima e vontade de viver.
Outra iniciativa do Senado foi projetar frases de conscientização na noite de 5 de outubro na cúpula que o representa no Prédio do Congresso Nacional. A iluminação rosa continua até o dia 31. As sentenças traziam dados sobre a doença e o direito à reconstrução mamária.
Durante a posse oficial de Outubro Rosa no Senado, a diretora-geral da Câmara, Ilana Trombka, revelou que sempre se emociona ao lembrar que perdeu a mãe para o câncer de mama. O diretor expressou o desejo de que outras pessoas não tenham que passar por essa triste experiência.
“Que possamos ajudar essas mulheres, para que possam continuar sua história e dizer ‘sobrevivi'”, resumiu Ilana Trombka, em cerimônia no dia 10.
Foco na prevenção
Não local do Ministério da Saúde, há alertas de fatores que podem estar relacionados ao câncer de mama. Em relação ao estilo de vida: obesidade, sedentarismo, consumo de álcool, cigarro e exposição frequente aos raios ionizantes (raios-X, mamografias e tomografias) podem influenciar no aparecimento da doença.
Quanto às questões hormonais, a ciência detecta a influência da primeira menstruação antes dos 12 anos; menopausa tardia (após os 55 anos); não ter tido filhos; a primeira gravidez após os 30 anos; não ter amamentado; ter usado a pílula anticoncepcional por muito tempo; e ter feito reposição hormonal pós-menopausa (principalmente por mais de 5 anos).
Em relação aos fatores genéticos, influencia o histórico familiar de ocorrência de câncer de ovário, câncer de mama entre homens e câncer de mama em mulheres antes dos 50 anos.
O Ministério da Saúde reforça que a mulher que possui alterações genéticas herdadas da família tem alto risco de câncer de mama. De 5% a 10% dos casos estão relacionados a fatores genéticos.
Como detectar o câncer
O sintoma mais comum é um caroço (nódulo) na mama, que pode ou não ser acompanhado de dor. Está presente em mais de 90% dos casos. Segundo o Inca, nem todo caroço é câncer, por isso é importante consultar um profissional. Outros sintomas também podem aparecer: pele da mama avermelhada, retraída ou com casca de laranja; pequenos caroços sob o braço ou no pescoço; alterações nos mamilos; e a saída espontânea de líquido em um dos mamilos.
O Ministério da Saúde alerta que casos de caroços que aparecem nas mamas de mulheres mais jovens, e que persistem por mais de um ciclo menstrual, devem necessariamente ser analisados por um profissional. (Com informações da Agência Senado)
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