Desde a década de 1990, outubro é conhecido mundialmente como um mês marcado por ações afirmativas relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. No Outubro Rosa, as mulheres são convidadas de forma mais intensa a buscar exames preventivos e, por meio de análises clínicas, aumentam as chances de identificar diferentes tipos de câncer e ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) no início, aumentando significativamente a chance de cura.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tipo de câncer que mais atinge as mulheres no Brasil é o câncer de mama, com 24,2%. Mas os cânceres de cólon e reto (9,5%), pulmão (8,4%) e útero (6,6%) também são bastante frequentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Responsável por quase 100% dos casos de câncer do colo do útero é o Papiloma Vírus Humano (HPV), que pode ser identificado por meio de exames de imagem ou análises. Em alguns casos, é feito o pedido de biópsia. Há mais de 16.000 novos casos por 100.000 mulheres a cada ano. E quando se trata de mortalidade, os números são mais de 6.000 por 100.000 mulheres a cada ano.
ISTs
No caso das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), que podem ser causadas por mais de 30 tipos de vírus, bactérias, fungos e protozoários que, apesar de curáveis, muitas vezes são assintomáticos, a falta de um diagnóstico preciso é um problema, pois aumenta a resistência de patógenos. Algumas doenças como Mycoplasma genitalium são resistentes a antibióticos.
Luiz Augusto Mazzarotto, ginecologista do Hospital VITA, destaca que o diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento rápido e eficaz das doenças. “É muito importante que, em qualquer idade, meninas e mulheres apalpem os seios e, caso identifiquem um nódulo sólido, procurem atendimento médico urgente. Nos casos de mulheres com histórico familiar de câncer de mama, os cuidados devem ser redobrados. Para as mulheres com mais de 40 anos, a mamografia também precisa ser vista como uma aliada, assim como o exame ginecológico com papanicolau anual deve ser feito por toda mulher desde o início da vida sexual”, orienta.
Mazzarotto acrescenta ainda que, como forma de prevenção, além da consulta anual com o ginecologista, evitar fumar e fazer sexo desprotegido, manter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas regularmente são práticas essenciais para manter a saúde em dia.
Rodrigo Faitta Chitolina, supervisor de laboratório e gerente técnico do ID8 – Inovação em Diagnóstico destaca que, principalmente quando se trata de saúde sexual, a maioria das patologias é silenciosa. E outros têm cada vez mais casos notificados, como a Sífilis, por exemplo, onde de 2015 a 2021, segundo dados da Secretaria de Saúde do Paraná, quase 60 mil novos casos foram diagnosticados só no estado.
Como as IST geralmente são assintomáticas, a falta de um diagnóstico rápido e preciso leva a uma maior taxa de transmissão e possíveis complicações clínicas. Considerando um cenário em que a mulher pode estar grávida, essas complicações podem representar riscos tanto para a mulher quanto para o bebê.
Ao tratar do fluxo de atendimento diagnóstico, a liberação do laudo ao médico não deve ultrapassar 24 horas, pois já dispomos de tecnologias que permitem esse tempo de liberação. Nesse cenário, os médicos terão um laudo em mãos e poderão proporcionar aos seus pacientes um tratamento personalizado e assertivo, evitando tratamentos empíricos, que aumentam a possibilidade de seleção de organismos resistentes.
A saúde da mulher exige cuidados e avaliações completas e, nesse cenário, quanto mais rápido e preciso for o resultado das IST, mais cedo será iniciado o tratamento adequado e menores serão as chances de avanço da patologia. Por exemplo, a infecção por Chlamydia trachomatis é conhecida por ser um cofator no desenvolvimento de neoplasias em mulheres com histórico de infecção por HPV.
Chitolina destaca ainda que em relação ao HPV (Papiloma Vírus Humano) responsável por quase 100% dos casos de câncer de colo de útero, o ideal é que o médico tenha ferramentas de diagnóstico para identificar a presença do material genético do vírus e determinar se a infecção ocorreu com uma cepa viral com alto ou baixo risco de desenvolver câncer. Esses testes podem ser realizados por meio de metodologias moleculares que, além de mais sensíveis que os exames citológicos, são altamente específicas e precisas.
Os médicos precisam de ferramentas para realizar essa triagem e acompanhamento de seus pacientes e neste cenário, o ID8 disponibiliza o exame HPV Panel que detecta o HPV e genótipos 35 tipos do vírus, informando se é de alto ou baixo risco e qual é o genótipo. específico, dando ao médico a oportunidade de realizar um tratamento mais direcionado e aumentar as chances de um diagnóstico precoce de um possível câncer.
Outro tema de extrema relevância no mês do Outubro Rosa é o atendimento à população trans. No caso da população trans masculina, mesmo para quem fez mastectomia, há chances de desenvolver câncer de mama e, no caso do câncer de colo de útero, esse grupo populacional demanda atenção e precisa ser incluído nas ações de rastreamento e monitoramento do HPV, em de forma a garantir o diagnóstico precoce de várias doenças, incluindo o câncer do colo do útero, mas sem excluir o rastreamento e o acompanhamento de todas as outras ISTs relacionadas à saúde sexual.
exames de prevenção
Os exames preventivos são a melhor alternativa para evitar doenças e até problemas na gravidez – tanto para a mulher quanto para o feto. Essas análises acompanham as mulheres em todas as fases da vida. Algumas são realizadas desde a primeira visita ao ginecologista, outras, após certa idade ou ocorrência e devem ser repetidas anualmente ou conforme indicação do médico. Confira alguns e o que eles identificam e previnem:
Ultrassonografia pélvica: Exame não invasivo que permite visualizar o útero, colo do útero, vagina, trompas de falópio e ovários. Geralmente é indicado realizar desde a primeira menstruação, pois garante que não haja complicações. Também é possível realizar uma ultrassonografia transvaginal, exame que permite visualizar as mesmas estruturas internamente;
Papanicolau: Neste exame é possível identificar diversas doenças, como clamídia, sífilis, gonorreia, HPV, candidíase, tricomoníase e também detectar a presença de nódulos ou cistos. Este exame é necessário para mulheres que iniciaram a vida sexual, principalmente entre 25 e 59 anos;
Mamografia e ultrassom de mama: A mamografia é solicitada para mulheres com mais de 40 anos de idade ou que tenham histórico familiar de câncer de mama. Ele detecta possíveis nódulos ou cistos. Para mulheres com menos de 40 anos, está indicada a ultrassonografia das mamas e, se houver alguma alteração, é necessária a mamografia;
Exame de sangue: Através da análise de amostras é possível verificar os níveis de colesterol, anemia, triglicerídeos, vitaminas e até mesmo se há presença de alguma IST). Qualquer irregularidade neste exame deve ser verificada posteriormente, pois provavelmente indica que algo está errado.
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