Saiba como prevenir o hantavírus, uma doença causada por roedores selvagens

Saiba como prevenir a doença do hantavírus, uma doença causada por roedores selvagens -

A hantavirose é uma zoonose viral aguda, cuja infecção em humanos, no Brasil, se apresenta na forma de Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus. Somente em 2022, até o mês de setembro, foram registrados 22 casos de hantavírus no Brasil, com dez óbitos confirmados. Um caso peculiar é o de Santa Catarina, que apresentou recentemente um fenômeno conhecido como ratade, caracterizado pelo aumento do número de ratos silvestres em determinada área, gerando superpopulação.

Isso ocorre principalmente durante a floração (a cada 10, 20 ou mais anos) de certas espécies de bambu, popularmente conhecidas como taquaras. O aumento excessivo desses animais pode causar danos significativos, destruindo lavouras, contaminando grãos armazenados e disseminando doenças, principalmente a hantavirose, que, no estado, já registrou oito casos confirmados e quatro mortes em 2022.

O Ministério da Saúde, em parceria com a Fiocruz e a Secretaria de Saúde do Paraná, está apoiando a Secretaria de Saúde de Santa Catarina nas ações de vigilância ecoepidemiológica e captura de roedores silvestres. O objetivo é identificar corretamente os roedores envolvidos e verificar sua positividade em relação à hantavirose, proporcionando uma melhor compreensão do ciclo selvagem da hantavirose na região, auxiliando no monitoramento e prevenção, além de aumentar o número de profissionais capacitados para lidar com a doença.

Os roedores silvestres conhecidos como camundongo-do-mato e camundongo-do-arroz (Akodon sp. e Oligoryzomys sp., respectivamente) são reservatórios de hantavírus e diferem dos mais encontrados em ambientes urbanos por serem pequenos (o macho adulto chega a 25 gramas) e viverem próximos a culturas, principalmente grãos.

sobre a doença

A doença pode causar a Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (HCPS). É uma zoonose viral aguda causada por um vírus RNA, pertencente à família Hantaviridae e gênero Orthohantavirus. A infecção humana ocorre principalmente pela inalação de aerossóis na forma de poeira gerada pela varredura, formada a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados. Outras formas de transmissão são escoriações na pele ou mordidas de roedores, contato do vírus com a mucosa conjuntival, boca ou nariz através das mãos contaminadas com excretas de roedores.

A partir do contato com o vírus, cerca de 1 a 5 semanas em média, na fase inicial, os sintomas mais comuns são febre, dores nas articulações, dor de cabeça, dor lombar e abdominal, náuseas, febre e vômitos. Quando atinge a fase cardiopulmonar, é comum a pessoa apresentar febre, dificuldade para respirar, aceleração da respiração, intensidade dos batimentos cardíacos, tosse seca e pressão baixa. Nessa fase, também é possível desenvolver edema pulmonar não cardiogênico, com o paciente evoluindo para insuficiência respiratória aguda e choque circulatório. Portanto, caso apresente sinais e sintomas sugestivos de hantavirose, deve-se procurar atendimento médico o quanto antes.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por sorologia em exames laboratoriais e estão disponíveis na rede pública de laboratórios. O Ministério da Saúde disponibiliza os kits necessários para testes sorológicos. O método mais comum é o ELISA-IgM, que identifica anticorpos específicos contra hantavírus em fragmentos de órgãos. Já o RT-PCR é útil para identificar o vírus e seu genótipo, sendo considerado um teste complementar para fins de pesquisa.

A coleta de amostras deve ser realizada logo após a suspeita do diagnóstico, pois o aparecimento de anticorpos da classe IgM ocorre concomitantemente ao início dos sintomas e permanece na circulação até cerca de 60 dias após o início dos sinais. Quando em uma única amostra não for possível definir o diagnóstico, a coleta deve ser repetida e uma segunda sorologia deve ser realizada apenas nas situações em que o paciente apresenta manifestações clínicas fortemente compatíveis com HPSC e se a primeira amostra foi coletada no primeiro dias da doença.

Se necessário, são realizados exames para diagnóstico diferencial, pois alguns sinais e sintomas se confundem com os de outras doenças, como síndromes gripais, Covid-19, septicemia, leptospirose, doenças respiratórias, pneumonia atípica, dengue e febre hemorrágica de etiologia viral . .

Tratamento

Não existe tratamento específico. Recomendam-se medidas terapêuticas de suporte, fornecidas caso a caso por um médico profissional. Por se tratar de doença aguda e de rápida evolução, a notificação é imediata e, portanto, deve ser comunicada em até 24 horas, tanto às Secretarias de Saúde municipais e estaduais quanto ao Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde. Vigilância Sanitária (SVS).

Profissionais que possam estar expostos, como trabalhadores rurais e profissionais de saúde que realizam investigações em busca do provável local de infecção, devem utilizar equipamentos de proteção individual, como máscara pff3, luva, avental e óculos de proteção. A prevenção da hantavirose baseia-se no uso de medidas que impeçam o contato humano com roedores silvestres e seus excrementos (fezes, urina e saliva).

As medidas de controle devem conter ações como, por exemplo, limpar o terreno ao redor da casa, dar destinação adequada aos entulhos existentes, manter os alimentos armazenados em recipientes fechados e à prova de roedores, além de outras medidas que impeçam a interação humana. e roedores silvestres, em locais onde é conhecida a presença desses animais. Evite manusear roedores, mesmo os mortos. Se for necessário, é importante usar luvas de borracha e lavar as mãos imediatamente.

Para maiores informações, Vá para Saúde de A a Z.

Ministério da Saúde

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