A prevenção, a promoção da saúde e a capacidade de identificar precocemente o surgimento de doenças são algumas das tendências da medicina do futuro, que estarão cada vez mais aliadas à tecnologia.
Dispositivos que rastreiam hábitos cotidianos, chamados wearables ou wearable devices, coletam dados e ajudam a monitorar pacientes com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, obesidade e até câncer.
Especialistas apontam que, em um futuro próximo, a assistência à saúde será facilitada pela tecnologia, que dará aos pacientes mais poder de participação em sua saúde, tanto na promoção e prevenção de doenças quanto no tratamento.
A professora de dança Bárbara Marangoni com as alunas Marilda de Almeida Passos Costa, Márcia Luciene Diniz Borges, Cláudia Bermudes e Andreza Teixeira.
| Foto: Kadidja Fernandes/AT
“A coleta de dados começa com os wearables, por exemplo, gerando bancos de dados que qualificam e geram inteligência a partir disso. Com isso, poderemos gerar modelos de previsão, com alertas durante o dia, no momento de crise, por exemplo, do que as pessoas precisam fazer para ajudar a monitorar sua saúde”, explica o diretor executivo de estratégia, inovação e ESG. do Grupo Fleury, Andrea Bocabelo.
Outra tecnologia que vai ajudar nesse atendimento e monitoramento é a telemedicina. Segundo a professora de Medicina da UVV Adriana Esteves Rabelo, a tecnologia vista durante a pandemia deve crescer e ajudar o médico a se aproximar do paciente, tornando o atendimento mais próximo e frequente.
“Cada vez mais, a medicina está mais tecnológica, como a telemedicina, que veio como uma forma de ajudar os pacientes e agora é uma realidade que imaginamos que veio para ficar. Facilita o cuidado e a relação médico-paciente”.
A tecnologia também evolui para apoiar o médico, como destaca a médica Karla Loyola, coordenadora do curso de Engenharia Biomédica da UCL.
“Além de tecnologias que auxiliam no diagnóstico, podemos pensar em inovações que permitirão algumas mudanças de paradigma na área da saúde, como a produção de órgãos e tecidos artificiais”.
A oncologista da Unimed Vitória Juliana Alvarenga destaca para o futuro os avanços nos estudos genéticos, que poderão rastrear a doença pelo exame de sangue.
“Em um futuro próximo, poderemos rastrear o câncer com pesquisa de DNA circulante, que detectará a doença antes que ela se manifeste”.
Segredo de saúde compartilhado
Para a professora de dança Bárbara Marangoni, 36 anos, qualidade de vida e cuidados com a saúde estão em suas atividades físicas diárias.
“Faço atividade física todos os dias, sempre pela manhã, alongamento, caminhada ao ar livre e sempre ouvindo boa música. E eu amo dançar! Dança muito!”, diz ela.
Ela não guarda esse segredo para si mesma. A professora vem ensinando sua fórmula de como manter a saúde em dia para seus alunos Marilda de Almeida Passos Costa, 71 anos; Márcia Luciene Diniz Borges, 67; Cláudia Bermudes Coutinho, 76, e Andreza Teixeira da Cunha, 47, que nunca perdem uma aula e estão sempre em contato com a natureza.
Mudanças para uma vida melhor
Saúde mental
A saúde mental está cada vez mais relacionada à prevenção de doenças, não só mentais, mas também físicas, como acidente vascular cerebral, infarto e diabetes.
Com essa preocupação, o paciente investirá mais em saúde mental desde a infância, buscando mais serviços e bem-estar.
foco não estilo de vida
Além da saúde mental, o estilo de vida promove a qualidade e também a prevenção de doenças.
O foco será no modelo proativo, com mudança de hábitos para promoção da saúde, e não no modelo reativo e insustentável, baseado no tratamento dos pacientes.
Paciente protagonista
Com mais informações, empoderamento e fácil acesso aos próprios dados de saúde, facilitados pela tecnologia, o paciente fortalece o conceito de autopercepção de saúde, ou seja, conhece suas patologias e o que fazer para controlá-las ou não acioná-las, aumentando a qualidade de vida.
Atenção primária
A prática da atenção básica ganha mais força nos próximos anos, devido ao conceito de cuidar de pessoas ao invés de apenas tratar doenças ou condições específicas.
Será uma oferta de atenção integral, de serviços que vão desde a promoção e prevenção da saúde até o controle de doenças crônicas.
Métodos menos invasivos
Com o avanço da tecnologia, o futuro da medicina é cada vez menos invasivo. Tratamentos minimamente invasivos e tecnologias combinadas, que permitem um diagnóstico e tratamento mais assertivo e rápido, serão cada vez mais comuns em hospitais, clínicas e laboratórios.
integração de dados
O compartilhamento de dados e informações de saúde do paciente, o conceito de “saúde aberta”, para médicos, hospitais e operadoras promoverá melhores mecanismos de escolha tanto para tratamento quanto para promoção da saúde de acordo com o histórico e rotina de cada paciente, de forma personalizada .
Inteligência artificial
A inteligência artificial (IA) se torna uma aliada da medicina. Com a ajuda da Internet das Coisas (IoT), a IA faz de tudo, desde monitorar e incentivar a prevenção, com dicas e alertas para cuidados com a saúde, até analisar diagnósticos e ajudar a indicar tratamentos.
Realidade virtual
A realidade virtual e a realidade aumentada farão parte da formação e do cotidiano do médico.
Eles podem ser usados para aproximar médicos e pacientes, mesmo que estejam à distância. Aliado à IA, serão permitidas análises e até exames clínicos, além de cirurgias remotas.
Genética no tratamento
Com os avanços nos estudos genéticos, será possível não só proporcionar um tratamento cada vez mais personalizado, mas também um plano de prevenção e promoção da saúde mais assertivo para cada pessoa.
Com a farmacogenética será possível customizar até medicamentos para cada pessoa.
coordenação de cuidados
O modelo de interações mínimas entre especialidades médicas gera informações limitadas, resultando em uma abordagem fragmentada.
A tendência será maior interdisciplinaridade, utilização de recursos tecnológicos com foco na prevenção de doenças e promoção da saúde.
Fonte: Especialistas consultados, Grupo Fleury e pesquisa AT.
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